Análise - Sonic The Hedgehog 4: Episode 1


E aí manolada, tudo bem? Mais uma semana, mais uma análise. Semana passada recebemos um pedido para analisar Alan Wake. Resolvi engavetá-lo um pouco e, agora, analisar o novíssimo Sonic The Hedgehog 4: Episode 1. O título está disponível para Xbox 360, PS3, Wii e iPhone, mas apenas por conteúdo digital. Confira:

A volta triunfal do ouriço...ou não.
História – O jogo se passa imediatamente depois de Sonic & Knuckles. Eggman está de volta e, dessa vez, decidiu re-utilizar suas melhores invenções para acabar de vez com o ouriço. E, é claro, cabe a Sonic impedi-lo. Logo de cara podemos ver que eles não quiseram muito trabalhar com a história: ela é simples demais e não faz sentido nenhum. Por quê o Eggman usaria armas que já foram vencidas antigamente? Sonic sabe como derrota-las, logo isso não teria efeito nenhum. Ao invés de tentar fazer histórias elaboradas decidiram ir pelo caminho contrário, o que poderia ter funcionado se a história tivesse sido mais bem pensada. Isso sem contar o fato de que o jogo nem mesmo apresenta ela para o jogador: se você não a leu antes em algum lugar da internet, provavelmente não entenderá o que está acontecendo. A Sega tentou deixar como nos títulos de Mega Drive, mas aquilo foi há 16 anos atrás. Hoje em dia isso não parece clássico, parece simplesmente falta de vontade. Preguiça ou falta de tempo, tanto faz. Ponto à menos nesse quesito.
Nota: 4 – História fraca e sem sentido, poderiam ter pensado em algo melhor. Se você é o tipo de jogador que compra o jogo pela história....é, passe longe.

Gráficos – Semana passada eu disse que a Sega sempre acerta nesse quesito. Infelizmente terei que voltar atrás e dizer que, dessa vez, ela deixou a desejar. Os gráficos, à primeira vista, podem até parecer bonitos. Mas não demora muito para perceber que ele possui texturas bem ruins e que algumas partes até parecem feitas de plástico. A Sega tentou dar um visual “moderno” que, no final das contas, acabou não funcionando. Nem mesmo o modelo do personagem combina: ele possui uma cabeçona, os espinhos estão grandes demais e ele é simplesmente...estranho. Sim, eu sei que é um jogo disponível apenas por download, mas GTA: Ballads of Gay Tony e Watchmen: The End is Nigh também são, e mostram um visual muito superior à Sonic 4. Enquanto algumas zonas conseguem se destacar (como é o caso da Lost Labyrinth) outras parecem feitas às pressas. Tudo está bom na medida do possível, mas muito longe da real capacidade dos consoles de 7ª geração. Sejam os inimigos, o Eggman..nada impressiona. Não é totalmente horroroso, chega até a ser aceitável. Mas decepciona.
Nota: 6 – Os gráficos não possuem nada demais, poderiam ser melhor trabalhados e mostram que a Sega deixou essa parte meio de lado. Um pena que uma empresa que sempre faz um ótimo trabalho na parte gráfica faça algo desse tipo.

Olhando assim até parece bem feito.
Som – Semana passada eu reclamei da dublagem exagerada de alguns personagens de Sonic Unleashed. Bom, esse problema foi completamente resolvido. Por quê? É simples: nenhum personagem tem voz no jogo. A história não é contada e, logo, ninguém fala nada. A Sega tentou, novamente, deixar com um ar “clássico”, mas tudo acaba ficando muito vago por conta disso. É como se voltássemos no tempo, como se não tivessem a tecnologia necessária pra fazer algo decente. Bom, pelo menos não temos que ouvir algumas frases bregas que Sonic soltava aos montes em outros jogos atuais. Que isso sirva de consolo. Como é assim, a única coisa que temos para avaliar é a trilha sonora e os efeitos sonoros do jogo. A trilha sonora foi composta para dar um ar de algo “clássico”, ela parece boa no começo mas, no decorrer da jogatina, se torna cansativa e não é o tipo de coisa que você queira ficar ouvindo o dia todo. Diferente dos clássicos, não é viciante e enjoa rapidamente, isso sem contar o fato de que todas as fases parecem ter trilhas semelhantes. Nada é realmente memorável e/ou nostálgico, e ele até tenta, mas não consegue transmitir a "magia" que a trilha sonora dos clássicos possuiam. Quanto aos efeitos sonoros, todos permanecem fiéis aos clássicos: seja com o spindash, o pulo, enfim...essa parte, pelo menos, cumpre seu papel.
Nota: 5 – Sem vozes, apenas com músicas – que nem são muito boas – e alguns efeitos sonoros. Nada que realmente adicione algo à experiência do jogo.

Gameplay – Ah, o gameplay...A Sega acertou dessa vez? Parte sim, parte não. Sente-se e pegue um copo de café, eu vou explicar. Vamos começar dizendo que esse é um jogo em 2D. Logo no começo a Sega anunciou que ele teria o Homing Attack, aquela habilidade que faz o Sonic sair voando em formato de bola, e voar no inimigo. Essa habilidade se tornou popular em jogos 3D, onde não tinha como calcular o pulo exatamente, mas não é necessária no jogo 2D. Ela só serve pra tirar a dificuldade – e o jogo tem pouca – e só encurta ainda mais a experiência. Mas ok, vamos continuar. Você pode correr, pular, usar o spindash e, por fim, o Homing Attack. Os controles até que funcionam direito, mas tudo acaba se tornando frustrante por causa da física do jogo. Ela simplesmente não funciona. Você pode andar nas paredes, nos tetos, subir morros gigantescos andando normalmente, e a lista continua. Enquanto nos clássicos tínhamos uma física perfeita, nesse jogo ela parece estar desligada. Isso torna o gameplay frustrante e vai causar muitos bugs pra você durante a jogatina. O jogo se divide em 4 zonas, cada uma com 4 estágios. Ele é muito curto e pode ser finalizado em pouco mais de uma hora. Os cenários não têm originalidade nenhuma, visto que são apenas versões “atualizadas” dos clássicos e os chefes, também dos clássicos, podem ser derrotados facilmente com o uso do Homing Attack. Depois, como prometido, temos os Special Stages, que dão acesso às esmeraldas. São iguais aos do Sonic 1, só com uma diferença: dessa vez você controla o cenário, e não o personagem. Isso logo se torna chato e o jogador simplesmente não vai querer perder tempo pegando todas elas. E o final secreto? Ele nem é tão secreto assim. É o mesmo que estava presente em um dos clássicos. Depois, você só pode controlar Sonic, o jogo não tem opção multiplayer e, logo, o fator replay se torna muito baixo. Você vai terminar e, provavelmente, deixar de lado. Uma decepção, visto que os clássicos tinham um gameplay que beirava a perfeição.
Nota: 4 – Controles funcionam, mas a física falha destrói a experiência. Junte tudo isso com um fator replay baixo e faça as contas. A Sega falha novamente.

Spider-Sonic: Quebrando as leis da física desde 2010.



Comentários finais – Sonic The Hedgehog 4: Episode 1 mira alto e tenta trazer a franquia de volta às origens. O problema é que, ao invés de criar uma continuação, a Sega acabou criando um remake. O jogo peca em originalidade e tudo que ele tem já foi visto nos anteriores. Ele perde a essência e esquece de tudo que tornaram os clássicos...clássicos: é apenas mais um platformer. É muito limitado, curto e fácil e definitivamente não vale o dinheiro investido. Os jogadores que não conhecem a franquia provavelmente irão gostar, mas os fãs, que jogam Sonic desde o Mega Drive, assim como eu, devem passar longe. Acaba sendo apenas mais uma tentativa frustrada da Sega.
Nota: 4,7 – A série tenta retornar, mas comete erros gravíssimos que estragam aquela que poderia ter sido, talvez, uma das maiores continuações de todos os tempos. Tudo que podemos fazer é esperar e torcer para que a Sega acerte nos episódios seguintes.

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Gameplay:
Bom, acontece que ultimamente tenho sofrido de um terrível problema chamado “internet lenta”. Devido à isso não consegui gravar nenhum gameplay e infelizmente terei que usar um do Youtube. Peço desculpas e espero que isso não se repita. Confira:



Gostou? Gostaria de ver algum jogo analisado aqui? Comente!

Leonardo P.

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