Análise COMBO - No More Heroes + No More Heroes 2: Desperate Struggle


Dae manolada, tudo bem? Estamos aí em mais uma segunda-feira, onde eu poderia estar matando, poderia estar roubando, poderia estar namorando, poderia estar jogando, mas estou aqui cumprindo minha rotina e escrevendo uma análise. Semana passada eu não analisei nenhum jogo, então decidi pegar dois jogos da mesma franquia pra analisar nessa semana. O resultado você confere nesse combo inédito de No More Heroes e No More Heroes 2, para o Nintendo Wii. Não perca tempo e confira:

No More Heroes:

Fap-se com cuidado.

História - O jogo conta a história de Travis Touchdown, um típico otaku. Depois de ganhar uma katana em um leilão de internet ele fica sem dinheiro para comprar video games e vídeos de luta livre. Ele então conhece Sylvia Christel e aceita o trabalho de matar Helter Skelter, também conhecido como "the Drifter," o que deixa ele no 11º lugar do ranking da United Assassins Association (Associação dos Assassinos Unidos), um órgão de governo dos assassinos. Ao perceber que ele tem a oportunidade de chegar ao topo, ele sai em busca de se tornar o assassino número um da UAA. A história do jogo não é contada de maneira tradicional: tudo passa muito rápido e o jogador pode até mesmo achar ela confusa - mesmo sendo muito simples. Não é super elaborada, não tem suspense, nem um mundo em perigo ou outro elemento clichê, mas consegue prender o jogador até o fim com suas grandes doses de humor e, em certas partes, drama. É engraçado ver como Suda51 desenrola o enredo de maneira única e, apesar de terminar com algumas pontas soltas, a história não decepciona. Quando você pensa que já está por dentro de tudo vem o final do jogo, levantando muitas questões sem resposta. Quer jogar? Vá em frente. Uma maré de piadas sexuais, nonsense e que vão te fazer questionar porque está jogando-o te esperam. E você vai gostar.
Nota: 8 - Enredo simples, porém complexo (?) e com narrativa única. É o tipo de coisa que não se vê toda hora e, enquanto vai ser espetacular para alguns, pode ser simplesmente idiota para outros. É o tipo de roteiro nonsense feito de uma maneira genial, mas que não dá pro bico de todo mundo.

Gráficos - O Wii nunca foi conhecido por seus gráficos de dar inveja ou sua imagem em HD e, enquanto alguns jogos atuais conseguiram fugir do padrão e impressionar, No More Heroes dá a impressão de que falta algo. É de 2007, então eu poderia dizer que são aceitáveis e tudo mais mas, pare pra pensar. 2007 foi o mesmo ano em que saiu Mario Galaxy, título que quebrou todas as barreiras que o Wii vinha enfrentando e mostrou toda a capacidade do console, não apenas na área gráfica, mas em todo o resto também. NMH não é nada horroroso, mas dá a impressão de que faltou um pouco de polimento. Santa Destroy (a cidade onde se passa o jogo) é meio sem vida e todas as pessoas, carros e prédios são bons, mas só. Nada é excepcional e nem se esforça pra ser. De um jeito mais fácil de entender: é o tipo de coisa que poderia ser reproduzido em um PS2, sem grandes dificuldades até. Mas é como dizem: o que importa é a diversão, e não os gráficos. E, como o jogo nunca se preocupou em ser apenas mais uma carinha bonita na sua prateleira, isso não atrapalha muito.
Nota: 6,5 - Quer algum jogo bonitinho pra matar o tempo? Pena, não é aqui. NMH passa longe de ser um dos jogos com melhores gráficos do console.

Você salva o jogo ao dar uma aliviada. Hardcore em todos os sentidos.
Som - Na época do seu lançamento, o jogo recebeu muitas críticas à sua dublagem ocidental. Mas não, não é nada ruim dessa maneira. De fato, o jogo se sai bem com o que tem, com dubladores que combinam com os personagens e que conseguem adicionar um toque único ao jogo. São melhores que os dubladores americanos de Naruto UNS 2, e isso é o bastante para torná-la aceitável. A trilha sonora dá certo com o ar punk que o jogo impõe e, mesmo não sendo notável e/ou fantástica consegue divertir o jogador. Você quase não vai prestar atenção, mas, no fim, não faz muita diferença. É melhor do que ouvir o Suda51 sendo dublado por um negão no trailer de NMH 2 (não entendeu? Clique aqui).
Nota: 7 - Nem ruim demais, nem bom demais. É o tipo de coisa que fica na medida e consegue agradar à maioria. E isso é o suficiente. Eu acho.

Gameplay - Tadam! A minha parte preferida. O gameplay é o fator essencial para que um jogo se dê bem comigo. NMH acerta em muitos quesitos, mas também erra em outros. Vou começar explicando os modos de jogo: espera, espera. Na verdade ele só tem um modo. Continuando, você controla Travis e, desde o começo, tem uma cidade aberta para explorar. Você pode pegar sua moto e sair andando por aí. Isso seria ótimo se fosse bem trabalhado, mas não é o caso. A cidade é muito limitada e pequena, suas opções são poucas e o que mais irrita é o sistema de colisão com os objetos e pessoas. Você pode passar do lado de um carro e "bater" nele sem nem mesmo ter encostado no veículo. Você tem pouca interação com o cenário e pouca coisa pra fazer além dos trabalhos pra ganhar dinheiro. Pode não ser nenhum GTA, mas a cidade tem seus méritos: é divertido ir nas lojas e comprar roupas, armas, vídeos, brincar com sua gata Jeane e etc. O jogo segue um padrão: você luta por um ranking maior e depois volta à cidade, onde tem que fazer alguns trabalhos até conseguir o dinheiro necessário para disputar a próxima luta. O único problema é que esses "trabalhos" consistem em minigames que logo se tornam chatos e repetitivos. As lutas, por sua vez, fazem valer à pena o tempo que se gasta nesses minigames e, apesar de serem bem difíceis em alguns momentos, agradam aos jogadores sempre trazendo muito sangue e violência. Nelas, você pode: cortar com a katana, dar socos e chutes, mirar e se esquivar dos ataques do oponente. O jogo faz pouco uso dos sensores de movimento do Wii. De fato, ele só é necessário quando o inimigo está à beira da morte. Nesse momento uma flecha pipoca na tela, indicando uma direção para que você mova o Wii Remote e acabe com o oponente de forma brutal. Parece legal, mas dá a impressão de que é sempre da mesma forma. Você pode fazer um corte na vertical, na barriga, enfim, é sempre a cabeça dele que vai sair voando. E não é preciso muito para derrotá-los: metralhe o A até não poder mais. E os ataques com mãos e pés? Não fazem muita coisa, só servem pra deixar o oponente tonto e, quem sabe, aplicar um golpe de luta livre para finalizá-lo. Você mal irá usá-los simplesmente porque são fracos e não conseguem fazer nenhum combo, é apenas um ataque isolado que muitas vezes acaba sendo inútil. E, mesmo sendo legal fatiar e fatiar sem parar, isso pode se tornar repetitivo. No geral, NMH diverte e vale à pena, funciona na medida do possível e é bom, mas falta aquele "algo mais".
Nota: 7.5 - Sistema de colisão estranho, gameplay meio repetitivo, minigames ruins, metralhe o A para passar. Mas funciona. E funciona bem. E é divertido! E isso basta.

Sangue? Onde?
Comentários finais - NMH é o tipo de jogo que aparece de nunca em nunca. Narrativa diferente, gameplay diferente, conceitos diferentes e uma execução diferente. Ele é perfeito para os jogadores hardcore, mas sem nenhum grande atrativo para os casuais. É uma compra mais do que válida pra quem tem Wii e está cansado dos platformers de sempre, ou que busca algum jogo hardcore diferenciado e único. Ou os dois.
Nota: 7.2 - Suda51 traz uma experiência imperdível para qualquer gamer que se considere hardcore, mas que ainda sofre de alguns dos velhos problemas. No geral, vale a grana investida.

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Confira dois vídeos de gameplay mostrando a primeira fase completa:

Parte 1:


Parte 2:


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No More Heroes 2: Desperate Struggle

Shinobu conferindo o hálito de Travis.
História - Três anos se passaram desde que Travis Touchdown se tornou o número um da United Assassins Association (UAA) e desapareceu. Agora, ele volta para Santa Destroy e enfrenta Skelter Helter, que quer se vingar de Travis, que matou seu irmão Helter Skelter no primeiro jogo. Depois de ganhar a luta, ele encontra Sylvia Christel novamente, que o informa que ele está na posição 51 do ranking. O quase-morto Skelter Helter interrompe-os e diz à Travis que ele terá sua vingança. Na mesma noite, um grupo de criminosos matam o melhor amigo de Travis, Bishop, e jogam sua cabeça na janela de Travis, dentro de um saco. Travis, furioso e procurando vingança, pede para que Sylvia arme a próxima luta. Sylvia diz à ele que quem comandou o assassinato foi Jasper Batt, Jr., o CEO da Pizza Bat e o novo assassino número um no ranking. No primeiro jogo, Travis acabou com três tentativas diferentes da Pizza Bat se expandir em Santa Destroy assassinando seu CEO. Três anos depois, com Travis fora da jogada, a Pizza Bat conseguiu se formar em Santa Destroy e comprou praticamente todos os negócios da cidade. Travis resolve escalar o ranking mais uma vez para se vingar de Jasper. A história é um pouco mais elaborada do que a do primeiro, mas segue a mesma linha: piadas sexuais pra lá e pra cá, coisas inesperadas, nonsense e assim por diante. Embora seja uma continuação ele não depende inteiramente do seu predecessor, portanto até mesmo quem não jogou o anterior não terá problemas em entender o que se passa nesse aqui. Alguns dos inimigos favoritos - ou nem tanto assim - dos fãs dão as caras novamente, e cada novo assassino possui sua própria identidade e um certo carisma. A história, além disso, está bem mais presente dessa vez, o que prende o jogador mais ainda. Ao mesmo tempo em que é engraçada, a história consegue manter um ar sério, inclusive contando com um final surpreendente que ficará na sua memória por muito tempo. Ainda cai nas graças de alguns dos velhos clichês, mas sua genialidade compensa tudo que poderia dar errado. Lembra que eu falei das pontas soltas do primeiro? Pois é. Ele não se esforça para consertá-las e, enquanto resolve alguns mistérios, levanta outros. Maldito seja, Suda51. Travis está de volta. E dessa vez está mais legal do que nunca.
Nota: 8,5 - Vai ainda mais longe do que o primeiro e consegue prender o jogador, apesar de ser totalmente nonsense em algumas horas. Não serve pra todo mundo, também. É o tipo de coisa que você vai amar ou vai odiar, não existe meio termo.

Gráficos - Estamos em 2010, anos depois do lançamento do primeiro título. Ora, espera-se que os gráficos foram melhorados, né? Com certeza. Enquanto o primeiro nunca se preocupou com isso, o segundo traz um visual impressionante e muito além do que o anterior jamais sonhou em ser. Os personagens, assim como os ambientes, possuem um nível de detalhamento incrível e é possível ver como eles foram cuidadosos, pois até o cabelo do Travis se move. As cutscenes conseguem ser mais bem feitas que as do primeiro, também. Foi um aprimoramento geral, então, se você jogou o primeiro e também achou que deixou à desejar, não terá esse problema aqui. Claro, claro. Não é o melhor gráfico do Wii, nem o jogo mais fofinho ou bonitinho do mercado. Mas faz bonito.
Nota: 9 - Levando em consideração o primeiro jogo, esse surpreende. Cabelos mais vivos, chão mais polido,  personagens ainda mais carismáticos. Evolução de verdade em todos os sentidos.

Pobre Travis. Três anos se passaram e não conseguiu se livrar do vício do fap.
Som - Isso pode doer para alguns, mas a dublagem é a mesma do primeiro jogo. Calma, tem a parte boa: ela sofreu uma grande melhora. Enquanto no primeiro jogo víamos falas bizarras interpretadas de maneira bizarra, parece que os dubladores finalmente entenderam os personagens e se encaixaram com o clima do jogo. A trilha sonora? Ah, sacomé. Continua tendo aqueles lances de guitarra, com um ar mais "punk", mas nem por isso notável e/ou espetacular. No mais, o jogo consegue reproduzir tudo de maneira fiél, apresentando uma melhora não apenas gráfica, mas também sonora em relação ao primeiro jogo. Afinal, isso era o mínimo que ele devia fazer, né.
Nota: 8 - A dublagem deu uma leve melhorada e a trilha sonora continua esquecível (?), mas tudo é bom e combina com o jogo. Tem o necessário, somente o necessário. O extraordinário é demais.

Gameplay - À primeira vista, um belo tiro na cara. O estilo de câmera foi mudado, os controles parecem diferentes e, veja só, cadê aquela cidade que você adorava explorar? Pois é. Mas você percebe que tudo é questão de se acostumar e, quando isso acontece, o jogo fica bem melhor do que o antecessor. Vamos começar por...ah, sim. A cidade foi substituída por um mapa, que contém todos os lugares que você pode ir. Isso é uma grande decepção de inicio, mas agiliza o rumo das coisas. As lutas por ranking também mudaram, agora elas ficam disponíveis automaticamente umas atrás das outras. Escalar do nº51 para o nº1 se torna uma tarefa rápida e fácil, visto que não é mais preciso juntar dinheiro para pagar as lutas ou jogar os minigames. Sim, os minigames estão lá, mas você só faz se quiser dinheiro pra comprar armas, roupas ou algo do tipo. Mesmo não sendo obrigatórios, você vai perder muito tempo com eles, simplesmente porque estão melhores do que nunca. O estilo 3D e ruim que assombrava os minigames do primeiro título foi substituído por minigames de 8-bits, com tarefas que lembram as do primeiro jogo mas que são infinitamente mais divertidas. E então temos as lutas por ranking, que continuam no mesmo estilo do primeiro. O sistema de combate recebeu uma grande melhora, e dessa vez é possível não apenas trocar de arma durante a luta, mas também dar combos com os pés e as mãos. Ao final de cada luta da história principal aparece um quick-time event, indicando uma direção para balançar o Wii Remote ou mexer o analógico. Enquanto no primeiro tinhamos pouca variedade na hora de finalizar o oponente, agora você pode cortá-lo na direção que quiser. A cabeça? Ok. Cortar no meio, vertical e horizontal? Pode ser. O jogo traz muito mais liberdade na hora de assassinar os inimigos e também um novo medidor que, quando cheio, lhe dá uma super velocidade e te deixa mutilar vários inimigos por tempo limitado. Parece que deixa o jogo fácil, mas não se engane: a única maneira de enchê-lo é acertando vários ataques sem levar nenhum. Duro, eu sei. Além disso, o jogo traz mais personagens jogáveis: você pode controlar a Shinobu e até mesmo Henry, o irmão de Travis. O fator replay logo se torna muito alto, já que você vai querer jogar os minigames novamente, assim como testar os novos modos de jogo habilitados depois de terminá-lo e liberar tudo que pode ser liberado. Enquanto tudo foi melhorado, a dificuldade de alguns chefes ainda continua alta e, mesmo se adaptando ao novo mapa, você vai sentir falta da antiga cidade aberta e do sistema de liberar lutas por ranking, que caracterizou o primeiro jogo. Está mais divertido, mais brutal, mais legal. Mas parece que passa rápido demais.
Nota: 8,2 - Traz novas coisas que funcionam e recebeu uma grande melhora, mas tira a cidade do jogador e agiliza as coisas sem necessidade. Mas continua divertido como sempre, e, no fim, o que vale é a diversão. Por mais violenta que seja.

Siga as ordens do seu professor gay e malhe para ter um corpinho sarado. Oh yea.
Comentários finais - NMH 2 mostra uma grande melhora em relação ao primeiro, aprimorando-se em todos os sentidos e trazendo uma experiência ainda mais imperdível para qualquer um que gosta de jogos hardcore. Mesmo com todas as qualidades, é rápido demais. Enquanto o primeiro demorava em torno de 10 horas pra ser finalizado, consegui terminar o segundo em 8 horas e 44 minutos, isso porque parei várias vezes pra treinar, jogar os minigames e adestrar a sua gata, Jeane. Acaba rápido demais e dá a sensação de "quero mais". Esperemos e oremos por uma continuação, então. Amém.
Nota: 8,4 - Mais brutal, mais punk, mais hardcore. Precisa dizer mais alguma coisa? Recomendado!

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Confira dois gameplays legendados do jogo, mostrando a primeira fase completa:

Parte 1:



Parte 2:


Gostou? Gostaria de ver algum jogo analisado aqui? Comente!

Leonardo P.

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