Análise - Kirby's Epic Yarn


Rapidinha
Gênero: Plataforma
Desenvolvedora: Good-Feel
Plataforma: Wii

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Rosa, estranho, fácil e surpreendentemente divertido


Eu vou ser sincero: sempre achei o Kirby meio gay. Seja pela cor rosada do personagem, pelo estilo extremamente infantil ou pelo fato de eu simplesmente não ir com a cara dele. Nunca joguei mais do que alguns jogos da franquia e, sério, nunca terminei nenhum. Mas, curiosamente, Kirby's Epic Yarn me chamou a atenção. E eu dei uma chance à ele. E não estou decepcionado.
Não é muito másculo, mas.... Hey, você joga Wii.

Eu gosto da Nintendo por um motivo: ela está sempre buscando maneiras de renovar os seus personagens e manter o interesse do público. O que me atraiu para KEY foi o conceito: um jogo feito de fios. O mundo todo parece feito de pano, e isso é fantástico. E não só funcionou, como tornou o jogo um dos melhores platformers do Wii. Com alguns deslizes, claro, mas nada que a genialidade não compense.

Na trama, Kirby está caminhando por Dream Land quando vê algo que parece ser um tomate, de aparência estranha, e decide comer. Porém, o negócio, chamado "Metamato", pertencia a um malvadão chamado Yin-Yarn, que fica furioso com Kirby e o suga para dentro de sua meia mágica (?). A bola acorda em Patch Land, onde tudo, incluindo ele, é feito de fio, tornando seus poderes inúteis. Ele salva um jovem princípe chamado Fluff usando os poderes dados pelo Metamato para se transformar, e Fluff explica que Yin-Yarn separou os fios que seguram Patch Land em um pedaço só. Ele, então, precisa encontrar 7 peças do fio que mantém o mundo unido para restaurar Patch Land.

Tudo isso é, essencialmente, uma desculpa pra colocar o personagem em Patch Land e começar o jogo. Não é muito boa, não faz sentido e é extremamente infantil - extremamente, de verdade. A Nintendo nunca apostou em roteiros complicados, é verdade, mas eles costumavam servir pra todo mundo. Se você é um jogador mais velho, dificilmente aguentará ficar ouvindo a história, que é até mesmo contada em formato de livro infantil. Mesmo assim, as crianças vão amar. E, considerando que o jogo se foca nelas, e não em você, gamer obeso de 30 anos, ele faz tudo da maneira que deve ser feito. Se você deixar um pouco sua dignidade de lado e não tiver vergonha, pode até acabar gostando. Só não deixe os seus amigos verem.
Agora é moda colocar a palavra "Epic" em nome de jogo. Daqui há pouco chega Mario Epic Tennis.

Como Kirby é feito de fio e não consegue mais usar sua habilidade tradicional, o personagem ganhou uma espécie de "chicote" - que é, adivinhe, um fio - que serve não apenas para derrotar os inimigos, como também pra abrir caminhos secretos e coisas do tipo. Isso não muda muito a jogabilidade e funciona muito bem, além de aumentar as possibilidades do jogo. O problema é que, se você estava procurando um desafio (existe alguém que procura desafio em jogo de Kirby?) não encontrará nenhum aqui. O jogo foi feito tendo em mente as crianças, logo, tudo é ridiculamente fácil. O personagem não pode nem morrer: ele é trazido de volta ao cenário. Eu ficaria mais feliz se ele sofresse uma morte sangrenta ou algo do tipo, mas é algo que dá pra levar sem problemas.

Se você quiser um desafio extra, pode tentar pegar todos os colecionáveis. São muitos e, embora não sejam a coisa mais difícil do mundo, oferecem um tempo à mais na frente do console. O jogo tem muitas fases, um multiplayer ótimo e controles precisos. Num platformer, isso é basicamente tudo o que você pode querer.

Se você não ficou envergonhado em gostar da história, certamente ficará em gostar do jogo em si: ele leva a palavra "fofura" ao extremo. Os gráficos são bem coloridos e gays, assim como as fases, e o estilo único usado nele é fantástico. O conceito de um mundo feito de fios é original, e a execução fez dele algo memorável. É uma coisa que poderia ser usada em outros jogos e funcionaria mesmo assim. Ele tem um dos mais bonitos gráficos do Wii, e tudo que precisou fazer pra isso foi adotar um estilo simples. E gay.
Mais assustador do que Resident Evil 5... Sério.

A trilha sonora é ótima para cada fase. As músicas caem bem e ajudam a criar o clima certo do jogo. Para uma criança, é realmente encantador. Os personagens, como de costume, não falam, e só temos a voz do narrador pra te acompanhar durante a história. Não é grande coisa, mas ele cumpre seu papél. E pelo menos ele não parece gay. Só um pouco.

Mesmo assim, o jogo definitivamente não vai agradar à todos. Se você é um fã de Gears of War, God of War ou algo do tipo, vai passar longe. Pra alguns jogadores, ele pode ser realmente entediante, principalmente tendo em conta seu ritmo lento e suas músicas de ninar. O jogo poderia ter sido infantil, mas acabou sendo demais. Não é infantil como Mario, mas como Teletubbies. E, como tudo que tem seu lado bom, também tem um lado ruim, o fato do jogo ser extremamente fácil tira um pouco da sua diversão. Sem falar que todas as fases já foram vistas em jogos passados da Nintendo: tem a de gelo, a da praia, e assim por diante.

No fim, não tem como negar que KEY é um platformer exemplar. Ele tem todos os elementos necessários: criatividade, bons controles e um personagem carismático. Alguns olharão para ele com vista grossa devido à sua aparência gay, mas.... Que seja. Não importa que visão você tenha sobre o jogo. Assim que colocá-lo no console e começar a jornada, ficará maravilhado. E, se não ficar, isso só pode significar uma coisa: você tem um coração de pedra. Procure ajuda. Sério.

O Veredicto
História: 7,5 - Simples e extremamente fofa, deve agradar alguns e irritar outros. De todo modo, você sempre pode pular as cutscenes.
Gráficos: 9,5 - Estilo genial aplicado de maneira genial, o que resulta em algo igualmente genial. Espero ver mais disso em breve.
Som: 8 - Boa trilha sonora, como é de costume por parte da Nintendo. Pode dar sono em alguns momentos, mas não faz mal.
Gameplay: 9 - Jogabilidade ótima, multiplayer que funciona e controles simples. E o melhor de tudo: é divertido.
Nota final: 8.5 - Ótimo.

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Confira um gameplay do jogo:



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Leonardo P.

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