Meu primeiro contato com um jogo musical aconteceu no PS2. Foi por volta de 2007, quando eu vi Guitar Hero III rodando no console e resolvi jogar. Achei incrível: diferente, original, ótimas músicas e, acima de tudo, era divertido. Comecei a gostar da franquia e procurei os jogos antigos, à ponto de conhecer mais. Era ótimo, de verdade. Depois veio o World Tour. Era bom, eu gostei, apesar de ficar um pouco decepcionado. Depois veio aquele do Aerosmith, o do Metallica, o do Van Halen, o 5, o Warriors of Rock... e Guitar Hero morreu.
Mas não é tão simples assim. Para se entender porque ele morreu, primeiro tem que se entender as coisas que o tornavam diferente. A fórmula dele. Aquele negócio de acertar as notas musicais, tudo ao som de uma boa banda de rock - nem sempre, mas essa era a proposta. Era divertido para os novatos, no Easy, e para os veteranos, no Expert, além de não ser aquela coisa infantil com o que estávamos acostumados. Mas, se parar pra pensar, é uma fórmula que, desde o começo, estava destinada ao fracasso. É um tipo de gameplay que impressiona à primeira vista, é divertido durante uns anos e logo enjoa. Se eles quisessem manter a franquia viva, tinham que inovar, mas sem se perder. E foi aí que eles erraram.
Rock Band chegou com gráficos muito melhores do que os do Guitar Hero, além de vir com uma banda completa, o que, na época, era fantástico. Guitar Hero copiou, mas não foi a mesma coisa. Eles começaram a lançar jogos baseados em vários artistas/bandas de sucesso querendo ganhar mais alguns trocados - sendo que, ao meu ver, o único desses com qualidade foi o do Metallica - e, enquanto fez sucesso por um tempo, os jogadores logo começaram a perder interesse. Não tinha mais graça. Tudo isso poderia ter sido tolerado se os jogos tivessem qualidade, mas, por incrível que pareça, ele começou a perdê-la. O 3 foi ótimo, o World Tour, mediano, o do Aerosmith não tem sentido nenhum e assim continua. Foi ficando besta, repetitivo. Alguns jogos até tinham músicas já vistas anteriormente na franquia.
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Depois veio Rock Band 2, deixando Guitar Hero ainda mais de lado e sendo visto por muitos críticos como o melhor jogo musical de todos os tempos. E depois começaram a vir várias variações idiotas como Band Hero e a coisa toda começou a ficar sem graça. O sabor do gameplay estava na originalidade, era único. E agora poderia ser encontrado por todos os lados em qualquer jogo musical de quinta categoria. Até mesmo o LEGO entrou na jogada. E foi indo assim até o estado em que está agora: Guitar Hero: Warriors of Rock é possivelmente o último da franquia, e é ruim. Ninguém mais tem interesse na série, senão os fanboys. Talvez nem mesmo eles ainda tenham.
Talvez GH nunca tenha ficado ruim. Talvez só tenhamos perdido o interesse no gameplay depois de anos e anos jogando sem parar. Talvez a culpa seja nossa. Ou talvez seja da desenvolvedora, que resolveu lançar vários jogos em um curto período de tempo pra ganhar mais, muitas vezes sem trabalhar direito neles. Talvez sejam dos concorrentes, que copiaram o estilo do jogo e o deixaram de lado, na sombra, e acabaram com a originalidade do título. Mas não importa. A franquia teve sua chance, usou e a perdeu. Não tem mais interesse, não tem mais fãs. Guitar Hero está morto.
Leonardo P.
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